Pensando na vida

Na hora de dormir, eu estava na cama e a mamãe na poltrona do meu lado.

— Mamãe, e se você e o papai morrerem antes de eu ficar grande?

— Filho, nós vamos morrer um dia. A morte faz parte da vida. Todo mundo morre.

— Então vocês vão morrer depois que eu ficar grande?

— Não vamos nos preocupar com a morte. Vamos pensar na vida que é tão boa e nós temos que aproveitar. Você, por exemplo, terá uma vida muito boa, pois desde pequeno está aprendendo a ser mais feliz e um ser melhor.

Sorri e dei um beijo nela.

— É, mamãe, vamos pensar na vida.

Na expectativa da escolinha

— Mamãe, a professora faz pum?

— Na frente dos outros, não.

— Ela sabe segurar?

— Sabe.

— Por que?

— Fazer pum na frente dos outros não é legal, pois o pum tem cheiro ruim. Por isso é falta de educação.

— Eu também consigo segurar… E o bebês bem pequenininhos que não conseguem segurar, também são mal-educados?

— Eles não são mal-educados, pois eles não sabem que soltar pum na frente dos outros não é legal. E eles não sabem segurar.

— Ah, bom!

Eu nasci de um ovo de galinha?

— Tia Keka, você tem filho?

— Não, ainda não tenho. Mas logo eu vou engravidar e ter um neném aqui dentro da minha barriga.

— Mas como é que ele vai entrar aí?

— (risada nervosa) O Tio Ander que vai colocar.

— Mamãe, eu estava na sua barriga?

— Sim, você estava.

— Mas como é que eu cabia lá?

— Você era um ovinho e foi crescendo.

— Um ovinho de galinha? E daí quebrou a casca?

— Não era um ovo de galinha. Você era um ovinho que foi crescendo e se transformando em um bebê.