Xeretinha

Mamãe estava me contanto uma história:

— Um menino que era muito curioso e que queria saber de tudo o que acontecia. Ele se metia no meio da conversa dos adultos e até ouvia atrás da porta conversas que ele não devia ouvir. Até que um dia ele estava fazendo isso, a porta abriu e ele caiu. O papai e a mamãe não gostaram nada da atitude dele e falaram que ele tinha um pensamento muito ruim de xeretar.

— Mas mamãe, eu também me meto no meio das conversas. Porque não tem espaço. Se tivesse espaço eu esperava do ladinho.

— Filho, eu quis dizer que se meter no meio é interromper a conversa.

— Mas o que é interromper?

— É quando as pessoas estão falando e você grita “pare de falar, pare de falar”.

— Ah! Eu também interrompo a conversa.

— Então você tem que esperar as pessoas terminarem a conversa e depois você pergunta.

— Então tá bom. Então eu vou ficar quietinho esperando terminar.

Chamando o pensamento dorminhoco

Mamãe: Vamos chamar o pensamento dorminhoco, porque está na hora de dormir.

Eu: Mas como é que ele vem: andando ou voando?

Mamãe: Bem… Pensamento nós não vemos, mas sabemos quando ele entra na nossa mente porque ele muda nosso jeito de ser. Como é que você sabe que o pensamento dorminhoco entrou na tua mente?

Eu: Quando é de noite.

Mamãe: E também quando ficamos com sono e abrimos a boca de sono… E quando o pensamento abelinha entra na nossa mente o que acontece?

Eu: A gente quer ajudar.

Mamãe: Isso mesmo, nós queremos colaborar.

Eu: Ahhh… Mas eu não ajudei o papai a guardar os brinquedos.

Mamãe: Tudo bem, amanhã você ajuda.

Bolinha

Eu estava segurando o braço da mamãe e disse “parece uma massinha”.

— É mole como massinha, filho?

O papai que também estava no sofá se meteu na conversa:

— Pega no bíceps do papai filho.

— É bem duro, a mamãe disse.

Eu não disse nada. Só abaixei a minha calça e mostrei para eles:

— Essas aqui são as minhas bolinhas.